AIRTON SENNA AJUDOU A CRIAR SEU PRIMEIRO MODELO
O superesportivo Honda NSX, de 573 cavalos de potência, será umas das estrelas no Salão de Tóquio, que começa nesta quarta-feira (28), com apresentações para a imprensa. O G1experimentou o carro na pista da montadora com trechos em oval em Tochigi, também no Japão.
O modelo leva o mesmo nome do já clássico feito nos anos 90 com a participação de Ayrton Senna, mas agora carrega modernas tecnologias como 3 motores elétricos combinados com um a combustão. Ele mantém a essência de ser um carro que diverte e emociona, eternizada na filmagem do teste feito por Senna, em Suzuka (
assista ao vídeo).
Senna ao volante do primeiro NSX, em 1990 (Foto: Arquivo Honda)
O novo NSX (Foto: Divulgação)
A versão comercial daquele NSX saiu de linha em 2005. O novo, dos tempos de tricampeonato de Lewis Hamilton, do smartphone e da internet, foi revelado no começo deste ano, no Salão de Detroit, nos Estados Unidos, sob a marca Acura, que pertence à Honda.
Michelle Christensen liderou a equipe que
desenhou o superesportivo (Foto: Divulgação)
Em outro sinal de novos tempos, é o primeiro supercarro desenhado por uma equipe liderada por uma mulher, Michelle Christensen.
De seu antecessor, ele manteve a carroceria cupê, lanternas traseiras integradas e o motor também é um V6, 3.5 litros, com torque máximo de 66 kgfm.
Ele foi montado na parte central-traseira, na menor altura possível, para ajudar a baixar o centro de gravidade.
Os 3 motores elétricos estão distribuídos 1 atrás e os demais na frente, um sendo responsável por cada roda dianteira (veja na ilustração abaixo).
Complementa o conjunto o câmbio automatizado de dupla embreagem de 9 velocidades.
A ideia de todo esse "pacote" é garantir torque cheio desde a primeira pisada no acelerador, além de ajudar na frenagem e na transmissão. A tração é integral.
No NSX, 2 motores elétricos atendem às rodas dianteiras, e o terceiro fica na parte traseira, onde também está o motor a gasolina, V6, biturbo (Foto: Divulgação)
Ao volante
Há 4 modos de direção, um deles totalmente elétrico, o primeiro a entrar em ação e provocar uma sensação estranha em quem liga o carro pela primeira vez. Ao apertar o botão que aciona o motor, ouve-se o ronco grave do NSX despertar o motorista para o que vem pela frente. Mas logo depois vem o silêncio: a primeira impressão é de que o carro morreu, mas a verdade é que apenas os motores elétricos estão em ação.
Mas é no modo Sport+ que a "brincadeira" começa. Acelerando no oval e em retas mais longas no circuito fechado da Honda, o NSX mostra todo o seu poder, mas, ao mesmo tempo, o motorista se sente no controle, com a direção bem mais pesada conforme a velocidade aumenta, o corpo do condutor "empurrado" contra o banco e o carro grudado no chão. Pena que não era permitido filmar o teste, pois a Honda afirmou que a unidade ainda era considerada protótipo.
Mesmo com os 4 motores na ativa e o carro beirando os 200 km/h, o relativo silêncio a bordo, uma das metas da montadora, surpreendeu.
Honda NSX é testado em Tóquio (Foto: Divulgação)
Acura NSX (Foto: Divulgação)
Acura NSX (Foto: Divulgação)
Acura NSX (Foto: Divulgação)
No Brasil, é só sonho
A Honda diz que fez o NSX pensando em diversão, mas que ele deveria ser um carro usável em qualquer situação, inclusive no trânsito das grandes cidades. Certamente não será o “carro do rodízio” de ninguém, com preço estimado em US$ 150 mil nos Estados Unidos, onde é fabricado.
A vinda ao Brasil não é totalmente descartada pela montadora, mas é muito difícil que se concretize, já que o preço que poderia passar de R$ 1 milhão.
As vendas nos EUA começam ainda neste ano e depois o carro será lançado na Europa sob a marca Honda. A montadora afirma ainda que, apesar de tanta potência e tecnologia, quis manter o motorista como o "integrante" mais importante do carro. Entre seus concorrentes estão outros "monstros" como o
Nissan GT-R (545 cv), Porsche 911 turbo (520 cv) e Audi R8 V10 Plus (550 cv), entre outros.
Honda S660 (Foto: Divulgação)
E quem não tem um superesportivo “caça” com um... mini. A Honda também apresenta em Tóquio o S660. Nada mais é do que um "kei car", como são chamados os carros pequenos que circulam aos montes pelas ruas japonesas, mais apropriados para cidades como Tóquio, onde espaço para acomodar carros é escasso.
O motor central de 660 cilindradas – o máximo que se pode para um "kei car"-- de 3 cilindros, turbo, com 65 cavalos de potência, é combinado com câmbio manual de 6 marchas (o primeiro do tipo para um minicarro) ou CVT de 7 velocidades.
Com esses elementos, este roadster transforma a experiência inofensiva dos “carrinhos” em diversão – limitada, é claro. O volante de 35 centímetros de diâmetro, o menor em todos os modelos de produção em série da Honda, segunda a marca, aumenta a sensação de guiar um kart.
O G1 também experimentou o S660, manual, na pista com trechos de oval – e nenhuma subida, é bom frisar.
Mesmo sem um motorzão de superesportivo, o carro se mostra valente, sobretudo acima de 2.500 rpm. O controle de tração ajuda a mantê-lo no chão.
Chamá-lo de esportivo, em termos de desempenho, é bondade. Após os 5.000 rpm o motor tricilíndrico já está gritando: a “brincadeira” acaba pouco acima dos 130 km/h. Mas, é claro, não há como pedir muito mais dos seus 65 cv e 10,64 kgfm de torque máximo.
O
Fiat 500 Abarth, versão com preparação de fato esportiva para o "carrinho" da marca italiana lançada recentemente no Brasil com motor 1.4 turbo e câmbio manual de 5 marchas, tem 167 cavalos e 23 kgfm de torque.
Pouco espaço, muita simpatia
O motor fica sob a tampa do que seria o porta-malas, numa posição que também ajuda a baixar o centro de gravidade, a exemplo do NSX. Para o capô sobre a missão de guardar a capota, que precisa ser instalada manualmente, um trabalho que, no entanto, não é complicado (veja no vídeo).
E não há espaço para mais nada além dos dois ocupantes – que, aliás, nem têm muito espaço na cabine estreira. Mas o visual de “chaveirinho” encanta. São 3,39 m de comprimento, 1,47 m de largura, 1,18 m de altura e apenas 830 kg.
Para efeito de comparação, o
Smart ForTwo Cabriolet (de 72 cv a 91 cv) é mais curto (2,69 m), porém mais largo (1,66 m). O 500 tem 3,67 m de comprimento e 1,63 m de largura.
O S660 parece o mesmo em relação ao conceito mostrado no Salão de Tóquio de 2013. Assim como o NSX, o S660 também tem um legado dos anos 90, época do Honda Beat, desenhado pelo estúdio Pininfarina, e é "herdeiro" do lendário S600.
Oficialmente, o minicarro é só para o mercado japonês, mas especula-se que ele pode vir a ser equipado com o motor turbo 1.0 para o mercado americano.
FONTE : PORTAL G1/ AUTO ESPORTE